A voz de CORAGEM de hoje é da advogada Constance Moreira Modesto, de 30 anos. Ela também venceu o câncer de mama e tem um recado importante pra vocês!
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“Nada acabou, é só o começo de uma luta para ganhar o resto da vida.
Em fevereiro de 2017 eu estava passeando com o meu cachorro, ele arranjou uma briga e me deu uma patada no seio. Neste mesmo dia eu viajei a trabalho para o Rio de Janeiro e, quando fui tomar banho no hotel, vi que meu peito estava vermelho, passei a mão e encontrei um caroço.
Eu achei que o caroço poderia ser do machucado porque estava bem vermelho. Fui ao meu médico e ele me pediu a ultrassonografia que mostrou apenas o cisto, que foi o que ocorreu na pancada.
Mesmo assim ele me achou estranho, me encaminhou para o hematologista, que fez uma punção para ver o que tinha lá dentro. Ele achou que o conteúdo era normal, mas ao invés do hematoma diminuir, ele continuou crescendo e vascularizou, ficou com quase dez centímetros.
No dia 07/08/2018 passei por um procedimento para tirar esse cisto, quando o médico abriu e tirou, teve uma hemorragia e, em baixo, tinha um tumor. Ele conteve a hemorragia, fechou e mandou uma amostra do tumor para a biópsia.
Quando saiu o resultado, a biópsia apontou que era um carcinoma maligno. Comecei a investigar qual tipo de câncer e já estava com a mastectomia marcada, para 25 de setembro.
Havia dúvida do tipo de tumor que era, existia a hipótese de ser carcinoma de matiil, o que era um diagnóstico pior porque o câncer vai se espalhando pelo corpo e eu teria que passar o resto da vida retirando pedaços meus.
Quando saiu o resultado da biópsia, era câncer de mama. Era um diagnóstico menos pior. Dos males o menor. Eu tive que tirar toda a mama e tirar os vasos linfáticos das axilas.
O diagnóstico definitivo me disse que a minha doença, o câncer de mama, tem 98% de chances cura. Cada pessoa tem um tipo de câncer, hormonal ou genético, por exemplo.
No meu caso, é triplo negativo, que é o mais agressivo. Agora estou fazendo exames genéticos porque minha prima de primeiro grau também foi diagnosticada então a chance de ser hereditário é imensa.
Passei por um protocolo de 16 quimioterapias, três vermelhas e o restante brancas. Eu não senti nenhum efeito colateral, nem enjoo nem nada – que frequentemente é relatado.
Eu mudei toda a minha alimentação, comi apenas o que as nutricionistas do Uncoville descrevem no manual de alimentação dos pacientes quimicoterápicos.
Fui para a praia, entrei no mar e tomei sol. Respeitei a minha vontade e principalmente a qualidade de vida.
O acompanhamento médico é essencial, tem realizar os exames preventivos. Enquanto mais cedo diagnosticado maior a chance de cura e menor o impacto na vida dessa mulher.
Tanto a cirurgia, que pode não precisar retirar a mama inteira, quanto o protocolo quimioterápico que pode ser diferente.
O diagnóstico precoce é bem necessário, principalmente em relação as chances de cura. A mente precisa estar forte. Tem que estar sendo acompanhada por um psicologo ou psiquiatra e equilibrar a serotonina, não praticar o isolamento, que é comum”.