O depoimento de hoje é da guerreira Simone Belinati, funcionária pública de 49 anos, que venceu o câncer de mama. Ela participa da campanha CORAGEM e deixa um recado:
“Eu descobri meu câncer de mama em agosto de 2017. Eu já tinha um nódulo e um ginecologista – que eu ia há 25 anos – fazia a ultrassom e dizia que não era nada. Depois de um ano e meio fui trocar o DIU e me indicaram outro médico que fazia o procedimento pelo plano de saúde, porque o meu não fazia.
Quando eu falei desse nódulo para o novo médico ele já pediu vários exames. O meu caso é hereditário, a minha avô, minhas três tias e minha irmã tiveram. Graças a Deus ninguém morreu.
Na hora da mamografia o radiologista falou em nódulo e eu assustei. Já comecei a perguntar se era ou não maligno e ele me disse que o meu médico era quem seria o responsável por investigar isso. Como eu já sabia de todo o histórico da família eu marquei direto um mastologista e ele me pediu vários exames.
Em setembro eu já estava fazendo cirurgia. O câncer já estava em estado avançado. Eu tirei as duas mamas e cuidei da axila, sempre torcendo para que acabasse.
Quinze dias depois da operação deu necrose na minha mama por causa do cigarro, e tive que tirar a prótese e o mamilo. Foi nessa hora que caiu a minha ficha.
Precisei ir ao psiquiatra e tomar remédio por causa da síndrome do pânico.
Para superar esses problemas, a minha família foi essencial, se não fosse eles eu não teria conseguido. Meus médicos me ajudaram. Na hora do diagnóstico a gente acha que vai morrer, depois vem a aceitação e esse desespero passa.
Graças a deus eu lidei muito bem. Na fase careca eu saia careca, até ganhei uma peruca, mas não quis usar. Gostei da fase careca.
Eu acho que as mulheres têm muito medo de fazer e ver o resultado. Quanto antes você descobre mais rápido e fácil é o tratamento. Eu já fiz as cirurgias, a quimioterapia, a radioterapia e agora só tomo os remédios e só faz um ano do diagnóstico.
Precisa fazer os exames e se cuidar”